Resenha: "Quem é você Alasca?"

Quem é Você, Alasca?
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 230
Ano: 2012
Sinopse: Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras – e está cansado de sua vidinha segura e sem graça em casa. Vai para uma nova escola à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o “Grande Talvez”. Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Rabelais. Inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, Alasca levará Miles para seu labirinto e o catapultará em direção ao “Grande Talvez”.

Comecei a ler o livro por pura curiosidade. Como já havia lido o famoso livro do autor John Green, “A Culpa é das Estrelas”, então, fiquei curiosa para ver as outras obras do autor. O livro tem poucas páginas (mais um motivo para eu decidir ler), a leitura é rápida e fácil. De começo, o personagem principal Miles me pareceu meio palerma. Um nerd viciado em biografias de autores que ele não havia lido as obras, mas viciado nas últimas palavras deles, sem amigos e com uns pais que o tratavam como criancinha. Então, ele decidi deixar tudo ir atrás do seu “Grande Talvez”, que ele pensa encontrar na escola Culver Creek, no Alabama. Lá tudo acaba sendo diferente para ele. Ao invés do “garoto sem amigos”, ele se encontra com amigos de verdade, e o autor mostra um lado bem-humorado do personagem Miles (conhecido como Gordo, apelidado pelo Coronel). Mesmo sendo trolado pelos veteranos, ele consegue se entrosar no grupo.
– É verdade que você coleciona palavras? Ela correu para o meu lado, agarrou meu ombro e me fez sentar novamente.

- É, sim. – eu disse. E, um pouco hesitante, acrescentei: - Quer fazer um teste?
- JFK. – Ela disse.
- Mais isso é óbvio. – eu respondi.
- É?
- Não. Essas foram suas últimas palavras. Alguém disse: ‘Sr. Presidente, Dallas ama o senhor’, e ele respondeu: ‘Mais isso é óbvio’, e tomou um tiro. Ela riu.
- Credo, que horror! Eu não devia estar rindo. Mas vou rir, mesmo assim. – e tornou a rir.”
Os personagens mais citados no livro ajudam a melhorar um pouco a história, como o Coronel, o Takumi, a Lara e a famosa e dona do nome da obra, Alasca, se juntam com o Gordo e com isso, eles começam a curtir a adolescência e a infringir as regras do colégio. Gordo começa a fumar e beber (coisa que nunca tinha feito) e outras coisas que nunca fez na vida. Achei que iria encontrar mais romance, mas tudo que teve foi adolescentes fumantes, bêbados e algumas conversas entre o Gordo e a Alasca do tipo: “Você é tão bonitinho, pena que eu sou apaixonada pelo meu namorado!”, e o bobão se apaixona e cria expectativas por uma garota que era totalmente exuberante, problemática, maluca, depressiva, viciada, e ao meu ver, ridiculamente bipolar e claro, comprometida e apaixonada pelo namorado. Juro que achei tudo meio chato.

Ela tinha namorado. Eu era um palerma. Ela era apaixonante. Eu era irremediavelmente sem graça. Ela era infinitamente fascinante. Então voltei para o meu quarto e desabei no beliche de baixo, pensando que, se as pessoas fossem chuva, eu era garoa e ela, um furação.”

Sabe quem você ama, Gordo? Você ama a garota que faz você rir, que vê filmes pornográficos e bebe com você. Mas não a garota tristonha e mal-humorada, e maluca.”

As únicas partes legais, eram os diálogos hilários entre o Coronel e o Gordo e claro, as fugidas deles do Águia, que era tipo o inspetor do colégio.

“Seus dentes batiam como um telégrafo.

- Santo Deus! Você está bem?
- Melhor agora. Mais quente. – Ele disse. Uma pequena mão branca de fantasma surgiu debaixo do edredom.
- Segura a minha mão, por favor?
- Seguro, mas é só isso. Nada de beijos. – Ele riu. Fazendo a colcha tremer.” – Coronel e Gordo

Até que as coisas começam a ficar melhores no meio do livro. Posso até dizer que as coisas começaram a “esquentar”. Entra a Lara e algumas coisas mudam na história. Ai eu pensei: “Ahhh, agora vai rolar o tal ciúmes" e essas coisas de triângulo amoroso. Mas, nada. Do mesmo jeito que tudo esquentou, esfriou totalmente. Voltando à estaca zero. O livro me decepcionou de uma certa forma, mas o que realmente ficou bom – não que tenha sido perfeito –, foi o final.  Eu enxerguei, que mesmo com algumas coisas acontecendo e chocando todo mundo que leu, eu entendi a mensagem. O livro fala sobre buscar o “Grande Talvez”, para mim, esse Grande Talvez, trata-se de amizade e ter esperança, e acima de tudo, sair do labirinto que nos cerca e nos impedi de achar a felicidade. Para o Gordo, foi difícil enxergar, mas no fim ele encontrou. Mesmo tendo altos e baixos na história, o John deixou uma mensagem tocante nessa obra. Para quem gosta de livro cheio de drama e emoção – que realmente, é a linha do autor – indico à vocês.
Enquanto ela dormia, sussurrei: “Eu te amo, Alasca Young.” Enquanto eu adormecia, o Coronel falou: “Cara, você e a Alasca se beijaram?” “Uhum.” “Isso vai acabar mal”, ele disse para si mesmo.
E para terminar a frase de reflexão que marcou o livro – e com certeza, marcou quem leu.
Como sairemos desse labirinto de sofrimento?”. – Alasca Young

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